quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Vamos fazer compras?


Hoje, estava eu, estudando música na casa do meu professor, quando bato olho em um jornal. Quase morri de desgosto com a mais nova irritante falta do que fazer que o mundo produziu: Uma categoria de corrida de CARRINHOS DE SUPERMERCADO motorizados, ou como o próprio jornal se referiu, "turbinados".

Porra, essas pessoas não poderiam estar trabalhando em algum projeto mais interessante e mais ÚTIL do que esse, como por exemplo um carro movido a ar? Ou melhor, algo que seja REALMENTE usável no dia-a-dia?


Façameufavor!

O meu descontentamento com essa inutilidade e com esse ócio (como diria meu querido companheiro de blog, Raphão) não poderia ser expressado nesse post, nem que ficasse aqui escrevendo por dias e xingando até minha mãe, por ter me posto no mundo, para que eu visse essas coisas ridículas.

PS: ainda mais que essas "corridas" nem são disputadas por pilotos de verdade, e sim por gente do naipe de Otávio Mesquita e Ricardo Mansour.

domingo, 23 de agosto de 2009

Alô? Tudo bom?


Às vezes, as pessoas me ligam e eu não atendo. Depois, elas me perguntam: "Por que não atendeu o meu telefonema?". É uma puta encheção de saco. Será que eu preciso atender todos os telefonemas? Será que eu preciso sair correndo pra tirar o telefone do gancho todas as vezes que ele toca?

A resposta é simples: NÃO. E o pior, muitas dessas vezes que me ligam, é pra dizer coisas idiotas, de "Ronaldo!" (ah, cá entre nós, quem nunca recebeu uma ligação dessas?) para baixo, e se eu não atendo, é o escândalo do mês.


Mas o mais legal dessa história toda, é que quando sou eu o que faz a ligação e não me atendem, eu não posso falar nada, pois todos vem me falar que eu sou inconveniente ou algo que o valha.


Quero um dia conhecer o inventor do telefone e o inventor das boas-maneiras da sociedade, para dar um soco e tentar entendê-lo, respectivamente.

Sem-vida


Essa semana, cá estava eu em casa, dando uma olhada na internet, em busca de novos assuntos para posts - eu achei um bem interessante.

Havia uma notícia no Terra, falando sobre alguma famosa da vida. Na notícia, falava-se em tom absurdo sobre o fato da mesma ter saído de casa sem maquiagem!

Agora, eu penso sozinho: "De que isso importa?". Quantas mulheres saem de casa sem maquiagem TODOS os dias, e nós homens não falamos nada? E quantas outras, todos nós, - homens e mulheres - zoamos todos os dias, porque saem de casa CHEIAS de maquiagem para irem ao colégio? Qual é o problema nisso?

Fora que quem lê essas notícias, se interessa por elas e fica abismado junto com o repórter, mostra que não tem vida. Além de não viver, e precisar viver pelos outros, fica abismado com um acontecimento de tamanha insignificância.

Que tal vocês começarem a viver as suas vidas em vez das dos outros?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Pausa para o trabalho

O recomeço das aulas não está sendo tranquilo, tenho prova já no próximo sábado e uma porrada de trabalho pra entregar. Isso tudo somado ao fato de que me envolvi num projeto de um curta-metragem baseado num conto meu e vou ter trabalho pra burro começando com o roteiro.

Mas juro que vou tentar aparecer aqui e dar uma atualizada de vez em quando.

P.S.: Obrigado a todos, já passamos das 2000 visitas.

Ócio dos Zumbis


Um cara nasce no Canadá, um tal de Robert Smith? (com interrogação no nome, pra dizer que não é o vocal do The Cure), ele estuda durante anos a fio e se torna um renomado cientista de uma das maiores universidades do seu país e depois?

Simples, depois ele desenvolve um estudo que calcula chances de sobrevivência em caso de ataques de zumbis! Meu! Que foda! Agora eu sei exatamente o que fazer quando os zumbis vierem comer meu cérebro.

Mas falando sério, ao invés dos caras (sim, mais de um, ele tinha uma EQUIPE pra fazer os cálculos) estudarem as chances de sobrevivência num ataque zumbi, eles deveriam estudar as chances de acontecer um ataque zumbi. E nem precisa de PhD pra isso, eu mesmo digo, olha: ze-ro.

Bom, se alguém duvida, clica aqui pra ver a notícia na íntegra.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Vai tomar no cult

Eu leio. Leio pra caralho. Bukowski, Mario Prata, Oscar Wilde, Irvine Welsh, Kerouac, etc. Mas não é por isso que vou ser chamado de Cult. Vai tomar no cult. Eu leio por prazer, eu não saio andando com o On The Road na rua pra mostrar que sou intelectual. Não sou.

Cansei. É. Cansei. Cansei de ver neguinho com boina, óculos de armação grossa e barbicha andando por aí, o nome mesmo já diz barBICHA. E essas meninas que dizem ver filmes iranianos e ouvem Mallu Magalhães? Que porra é essa?

Essa raça não só gosta de certas bandas como os reverencia. Eu não consigo discutir música com um fã pseudo-cult de Los Hermanos, por exemplo. Nada contra a banda, os fãs é que devem ser exterminados. Eu xinguei a Mallu Magalhães perto de um grupo de fãs uma vez e quase fui esfolado por meninas usando macacões de jardineiro e all stars de cores diferentes.

Aí você tenta falar de literatura com essas pessoas, mas elas não vão muito além de Harry Potter e Crepúsculo (E vocês achando que eu ia esquecer do Crepúsculo... tsc tsc tsc). Isso me faz pensar que Cult deixou de ser um adjetivo que denomina intelectuais, agora é uma tribo de pseudo-pensadores que compensa sua estupidez com uma imagem de inteligente.

Mas essas pessoas se mostram cada vez mais o que elas criticam: Burras.

Pra finalizar, estampo aqui uma crônica do genial Adolar Gangorra que concorda plenamente comigo (é grande, mas vale a pena ler até o fim):

COMO ME FUDI NO SHOW DO LOS HERMANOS

Voltei para o Brasil há pouco tempo. Vivia com minha família na Inglaterra desde garoto. Estou morando no Rio de Janeiro há uns três meses e agora estou começando a me enturmar na Universidade. Não sei de muita coisa do que está rolando por aqui, então estou querendo entrar em contato com gente nova e saber o que tá acontecendo no meu país e, principalmente, entrar em bastante contato umas garotas legais, né?

Mas foi meio por acaso que eu conheci uma menina maneiríssima chamada Tainá. Diferente esse nome, hein? Nunca tinha ouvido. Estava procurando desesperadamente um banheiro no campus quando vi uma porta que parecia ser a de um. Na verdade, era o C.A. da Antropologia. A garota já foi logo me perguntando se eu queria me registrar em algum movimento estudantil de sei lá o que. Que bacana! Que politizada ela era! E continuou a me explicar a importância de eu me conscientizar enquanto enrolava em beque da grossura de uma garrafa térmica. Pensei em dizer que estava precisando cagar muito rápido, mas ela era tão gata que eu falei que sim. Tainá: cabelos pretos, baixinha e com uma estrutura rabial nota dez... Aí, acho que ela me deu um certo mole... Conversa vai, conversa vem, ela me chamou para um show de uma banda naquela noite que eu nunca tinha ouvido falar: Loser Manos. Nome engraçado esse! Estava fazendo uma força sobre-humana para manter a moréia dentro da caverna, mas realmente tava foda. Continuamos conversando e rindo. Ela riu até bastante, mas eu, na verdade, tava era mesmo rilhando os dentes porque assim ficava mais fácil disfarçar as contrações faciais que eu estava tendo ao travar o meu cu para não cagar ali mesmo na frente dela.

Pensando bem, eu tinha ouvido falar sim alguma coisa sobre essa banda lá na Europa ainda, mas não lembro bem o quê. Ah, acho que vi esses caras hoje no noticiário local dando uma entrevista. Achei que fosse uma banda de crentes tradicionalistas tipo Amish.Todos de barba, com umas roupas meio fudidas. Parecia até a Família Buscapé! Dão a impressão de ser uns sujeitos legais, mas o que me chamou a atenção mesmo foi o jeito da repórter, como se fosse a fã nº 1 deles, como se estivesse cobrindo a volta do Beatles ou coisa parecida. Não entendi esse jeito "vibrão" de trabalhar. Bom, mas se eu conseguir ficar com o bicho bom da Tainá hoje à noite, já tô no lucro! Marcamos de nos encontrar na entrada do ginásio. Rapaz, acho que tô dando sorte aqui no Brasil!

Ia ser fácil achar essa garota no meio da multidão. Ela se veste de uma maneira estilosa, diferente, bem individual: sandália de dedo, saia indiana, camiseta de alça, uma bolsa a tiracolo e o mais interessante: um óculos retangular, de armação escura e grossa, engraçado até! Depois de uns mil "Desculpe, achei que você fosse uma amiga minha.", finalmente encontrei Tainá e seu grupo de amigos. Cacete, isso sim é que é moda! Parecia uniforme de escola!

Ela me apresentou suas amigas, Janaína e Ana Clara e seus respectivos namorados, Francisco e Bento. Uma mistura de fazendeiros com intelectuais. Um cara de macacão, de sandália de pneu e com ar professoral. Outro de colete, tênis adidas, óculos e também com ar professoral. Pareciam ser legais, "do bem" como eles mesmo falam... Mas que não me deram muita conversa. "Do bem", isso mesmo! Gíria nova... Todos aqui são "do bem". E que nomes tão simples e idílicos! Janaína, Ana Clara, Francisco, Bento e Tainá. Nada de Rogérios ou Robertos. E eu que já tava me sentindo meio culpado por me chamar Washington... Realmente estava no meio de uma nova época da juventude universitária brasileira!

Comecei a conversar com a Tainá antes que a banda entrasse no palco. Aí... acho que tá rolando uma condição até! Quem sabe posso me dar bem hoje? Ela começou a falar de música: "De quem você é fã?", perguntou. Pô, eu me amarro no George..." Ela imediatamente me interrompeu, dizendo alto: "Seu Jorge? Eu também amo o Seu Jorge!" Puxa, que legal! Ela gosta tanto do George Harrison que se refere a ele com uma intimidade única! Chama ele de "Seu"! Seu Jorge! Isso é que é fã! "Legal você já conhecer ele, hein? Eu sabia que ele ia se dar bem na Europa! O Seu Jorge é um gênio!", ela emendou. Pô, eu morava na Inglaterra. Como eu não ia conhecer o George Harrison?
Essa eu não entendi...
Logo ela perguntou quais bandas que eu gostava. "Eu curtia aquela banda da Bahia...".
"Ah, Os Novos Baianos, né?? Adoro também!" "Não, Camisa de Vênus! "Silvia! Piranha!" cantei, rindo. A cara que ela fez foi de quem tinha bebido um balde de suco de limão com sal. Senti que ela não gostou muito da piada. Tentei consertar: "Achava eles engraçados, mas era coisa de moleque mesmo, sabe?" Óbvio que não funcionou... Aí, acho que dei um fora...

Depois, Tainá foi me explicando que o tal Loser Manos é a melhor banda do Brasil, etc., etc., etc., e que eles "promovem um resgate da boa música brasileira". "Tipo Os Raimundos com o forró?", perguntei. "Claro que não!", disse ela meio exaltada! Ela me falou que não se pode comparar os Hermanos com nada porque "eles são únicos", apesar de hoje existirem outros excelentes artistas já reverenciados pela mídia do Rio de Janeiro como Pedro Luis e a Parede, Paulinho Moska, O Rappa, Ed Motta, Orquestra Imperial, Max de Castro, Simoninha e Farofa Carioca. Ela mencionou também "Marginalia" ou coisa parecida. Foi isso mesmo que eu ouvi? Achei que ela estivesse elogiando eles... Esses foram os nomes artísticos mais escrotos que já tinha ouvido, mas fiquei quieto. Fico feliz em saber sobre essa nova onda musical pois quando saí do Brasil o que fazia sucesso no Rio era Neuzinha Brizola e seu hit "Mintchura". Ainda bem que tudo mudou, né?

Só depois percebi que o nome da banda é em espanhol: Los Hermanos. Ah bom! Mas se eles são tão brasileiros assim porque não se chamam "Os Irmãos"? Quando saí daqui os nomes de muitas bandas costumavam ser em inglês e até em latim. Ainda bem que essa moda de nomes de bandas em espanhol não pegou no Brasil!

Pelo que me lembro, ao explicar qual é a dos "Hermanos", ela usou a expressão "do bem" umas 37 vezes e disse que eles falam de romantismo, lirismo, samba e circo. Legal, mas circo? Pô, circo é foda! Uma tradição solidificada nos tempos medievais que ganha dinheiro maltratando animais. Onde está a poesia de ver um urso acorrentado pelo pescoço tentando se equilibrar miseravelmente em cima de uma bola enquanto é puxado por um cara com um chicote na mão? Rá, rá, rá... Engraçado pra caralho! Na boa, circo é meio deprimente. Palhaço de circo só troca tapão na cara e espirra água nos olhos dos outros com flor de lapela e quando sai do picadeiro, vai chorar no camarim. Que merda! A única coisa legal no circo mesmo é quando ele pega fogo! Isso sim que é um espetáculo de verdade! Aquela correria toda, etc. Senti que essa galera se amarra em circo. Não faz sentido se eles são tão politicamente corretos assim, né? E os pobres animais? E eu querendo não passar em branco na conversa com a Tainá, mas não conseguia lembrar de jeito nenhum a única coisa que eu sabia sobre a banda... Cacete...! O que era mesmo?

De repente, uma gritaria histérica! O show tava começando! O ginásio veio a baixo! Perguntei pra ela: "Eles são todo irmãos, né, tipo o Hanson?" Ela disse um "não" esquisito, como se eu tivesse debochando. Todos eles usam uma barba no estilo Velho Testamento e se chamam "Los Hermanos"! O que ela queria que eu pensasse? Após ouvir a primeira música deu pra ver que os caras são profissionais mesmo, tocam muito bem e são completamente idolatrados pelo público, para dizer o mínimo. Fiquei prestando atenção ao show. Pô, as músicas são boas! Dá pra ver uma influência de Weezer, Beatles e Chico Buarque. Esse aí é fodão, excelente compositor mesmo. Lá na Inglaterra conhecia uns caras que eram ligados ao movimento "Dark", como chamam por aqui. São os sujeitos que gostam de The Cure, Bauhaus, Sister of Mercy, etc. E tem a maior galera aqui no Brasil também que se veste de preto, não toma sol, curte um pessimismo niilista e se amarra nessas bandas. Mas se eles sacassem que o Chico Buarque é o genuíno artista "Dark" brasileiro... Pô, é só ouvir as músicas dele pra perceber: "Morreu na contra-mão atrapalhando o tráfego" ou "O tempo passou na janela é só Carolina não viu". "Pai, afasta de mim esse cálice, de vinho tinto de sangue" ou "Taca pedra na Geni, taca bosta na Geni, ela é boa pra apanhar, ela é boa de cuspir, ela dá pra qualquer um, maldita Geni". Tudo alegrão, né? Aí, se eu fosse dark, só ia ouvir Chico Buarque, brother!
Tentei reengatar a conversa dizendo que achava ao baixista o melhor músico dos Los Hermanos. Ela respondeu, meio irritada: "Mas ele não é da banda!" Como eu ia saber? O cara tem barba também! Aí, não tô entendendo mais nada...

Adiante, ela me disse que o cara que ela mais gostava na banda era um tal de Almirante. Depois de alguns minutos deu pra ver que o camarada imita um pouco os trejeitos do Paul McCartney, só que em altíssima rotação. Ele fica se contorcendo feito um maluco enquanto os outros ficam estáticos. É engraçado até! Parece que ele tem uma micose num lugar difícil de coçar! E fica falando e rindo direto. Ele é o irmão gaiato do cara que canta a maioria das músicas, o tal de Marcelo Campelo, como anunciaram no noticiário local hoje. Isso mesmo, Marcelo e Almirante Campelo: "Os Irmãos"! Legal! Já tava me inteirando! Ah, e tem também dois gordinhos de barba que estão lá também, mas devem ser filhos de outro casamento...

Tava um calor desgraçado, coisa que eu realmente não estou mais acostumado. Fui rapidão ao bar pra beber alguma coisa. Comprei umas quatro latas de refrigerante que era o único troço que tava gelado para oferecer para meus novos amigos: "Aí, trouxe umas coca-colas pra vocês!" Ouvi a seguinte resposta: "Coca-Cola? Isso é muito imperialista... Guaraná é que é brasileiro!" Puxa, que pessoal politizado... Isso mesmo, viva o Brasil! "Yankees, go home", rá, rá! Outro fora que eu dei! Mas, pensando bem, eles não usam o Windows e o Word pra fazer trabalhos da universidade? Ou usam o "Janelas"? Dessas coisas gringas não é tão mole de abrir mão, né? Mais fácil não tomar Coca-Cola! Isso sim que é ativismo estudantil consciente! Posicionamentos políticos à parte, tava quente pra burro, então bebi tudo sob o olhar meio atravessado de todos eles... fazer o quê?

Lá pelas tantas, começou uma música e todo mundo berrou e pulou. Parecia o fim do mundo. Logo nos primeiros acordes, reconheci o som e falei pra Tainá: "Ah, eu sei o que é isso! É um cover do Weezer! Me amarro em Weezer!" Ela olhou pra mim com uma cara indignada e disse: "Que Weezer o quê? O nome dessa música é "Cara Estranho". Já vi que não gostou de novo... Mas quem sou eu pra dizer algum coisa aqui, né? Porra, mas que parece, parece! Mas o que era mesmo que eu não consigo lembrar de jeito nenhum sobre eles? Acho que conheço alguma outra música deles... Só não consigo dizer qual...

Sabia que se eu quisesse me dar bem logo com a Tainá teria que ser entre uma música e outra pois parecia que ela estava vendo um disco voador pousar enquanto os caras tocavam. Resolvi fazer uma piada pra descontrair, que sempre rola em shows. Quando o Campelo tava falando alguma coisa qualquer, berrei: "Filha da putaaaaaaaaaa!" Pra que? Tainá e sua milícia hermanista me deram uma cutucada monstra na costela que me fez enxergar em preto e branco uns 5 minutos! Pô, todo show alguém grita isso! É quase uma tradição até! Eu me amarro no cara! E é só uma piada! Aí, esse pessoal leva tudo muito a sério! Caralho... Pensei em pegar uma camisinha da minha carteira e fazer um balão e jogar pra cima, como rola em todo show, pra mostrar pra Tainá que eu sou uma cara consciente, tipo: "Aí, Tainazão, se tu se animar, eu tô preparado!", mas depois dessa vi que senso de humor não é o forte dessa galera...

O tempo tava passando e nada de eu ficar com minha nova amiguinha. Quando fui tentar falar uma coisa no ouvido dela, foi o exato momento em que começou uma outra música. Foi aí que a louca deu um grito e um pulão tão altos que eu levei uma cabeçada violenta bem no meio do meu queixo! Ela não sentiu nada, óbvio, pois estava em transe hipnótico só por causa de uma canção sobre a beleza de ser palhaço ou lirismo do samba ou qualquer outra coisa do gênero. A porrada foi tão forte que eu mordi um pedaço da língua. Minha boca encheu d´água e sangue na hora! Enquanto eu lutava pra não desmaiar, instintivamente enfiei a manga da minha camisa na boca pra estancar o sangue e não cuspir tudo em cima de Ana Claudia e Jandaína or something. Só que estava tão tonto com a cabeçada que tive que me segurar em uma ou outra pessoa pra não cair duro no chão. Foi quando ouvi: "Nossa, que horror! Lança-perfume! Esse playboy tá doidão de lança! Que decadência..." Lança-perfume? Cara, lógico que não! E mesmo que tivesse, todo show tem isso! Mas nesse, não pode. É "do bem". É feio ter alguém cheirando loló!! Pô, todo show que eu fui na vida tinha alguém movido a clorofórmio. Aqui, não. Rapaz, onde fui me meter?

Babei na minha camisa até o ponto dela ficar ensopada! Fui ao banheiro tentar me recuperar do cacete que tomei. Lavei o rosto e tirei a camisa. Quando voltava passei por uma galera e ouvi resmungarem alguma coisa do tipo: "...e esse mala aí sem camisa..." Porque não se pode tirar a camisa num show? Isso aqui não é só uma apresentação de uma banda? Parecia que eu ainda estava na Europa! Regulões do caralho... E, afinal, o que significa "mala"?

Estava enxergando tudo embaçado e notei que minhas lentes de contato tinham saltado pra longe com a cabeça-aríete de Tainá e esmagadas por centenas de sandálias de dedo. Lembrei que sempre levo um par de lentes extras no bolso. É uma parada moderna que eu achei lá em Londres. Um estojo ultrafino com uma película de silicone transparente dentro que mantém as lentes umedecidas e prontas para uso. Abri o estojo e peguei cuidadosamente a película com as duas mãos e elevei-a contra a luz para conseguir achar as lentes. Estiquei os polegares e indicadores, encostando uns nos outros, para abrir a película entre esses dedos. Balançava o negócio levemente, de um lado para o outro, contra a pouca luz que vinha do palco para conseguir localizar as lentes. Não estava enxergando nada direito! Quando tava lá com as mãos pra cima, fazendo uma força absurda pra achar as lentes, um dos caras legais com nomes simples, me deu um puta safanão no ombro. É claro que o silicone voou longe também... Caralho, minhas lentes! Custaram uma fortuna! Que filho da puta! "Que sinal é esse que tu fazendo aí, meu irmão? Tá desrespeitando as meninas?"
"Que sinal?? Que sinal??", respondi, assustado!
"De buceta, palhaço!", apertando o meu braço que nem um aparelho de pressão desregulado. "Você tá no show do Los Hermanos, ouviu? Los Hermanos! Ninguém faz sinal de buceta em um show do Los Hermanos, sacou?", gritou o tal hipponga na minha cara.

Que viado, eu não tava fazendo nada! Parecia uma freira de colégio! Que lance é essa de buceta? Da onde esse prego tirou isso? As meninas... (Perái! Menina? A mais nova aí tem uns 25!) ficaram me olhando com a cara mais escrota do mundo! A essa altura, já tinha percebido que não ia agarrar a Tainá nem que eu fosse o próprio Caetano Veloso! "Bento", que nome mais ridículo... Isso aqui é um show ou uma reunião de alguma seita messiânica escolhida para repovoar a Terra?

Caramba, que noite infernal! Tava com a língua sangrando, sem enxergar direito, só de calça, arrotando sem parar e puto da vida porque só tinha aceitado vir aqui por causa de mulher. Estava no meu limite. Isso era um show ou uma convenção do Santo Daime? Que patrulhamento! E, de repente, vejo Tainá e seus amigos olhando feio pra mim e cantando a seguinte frase: "Quem se atreve a me dizer do que é feito o samba?" Aí foi demais! Eu me atrevo: Ritmo, melodia e harmonia. Pronto, só isso! Mais nada! Olha só: foda-se o samba, foda-se o circo, foda-se a obsessão por barba da família Campelo e, principalmente, foda-se essa galera "do bem" que está aqui!

Apesar de tudo, a banda é realmente é muito boa! O que incomoda mesmo é esse público metido a politicamente correto e patrulhador e a imprensa que força a barra pra vender alguma imagem hipertrofiada do que rola de verdade. Esse climão de festival antigo de música popular brasileira, daqueles com imagens em preto e branco, com todo mundo participando, que volta e meia reprisam na tv, tudo lindo e maravilhoso. "Puxa vida, um novo movimento musical brasileiro!"? "Estamos realmente resgatando a nossa cultura!" ? Que exagero... Ei, é só música pop! MÚSICA POP!

Caralho, finalmente lembrei! Eu conheço uma música deles! Ouvi em Londres! Numa última tentativa de salvar meu filme com Tainá, na hora do bis, berrei bem alto: "TOCA ANA JULIA!" Só acordei no hospital. Tomei tanta porrada que vou ter que fazer uma plástica pra tirar as marcas de pneu da minha cara! Fui pisoteado! Neguinho ficou puto! Qual é o problema com essa música? Me lembro de estar sendo chutado pela elite dos estudantes universitários brasileiros e da própria Tainá, gritando e me dando um monte de bolsadas na cabeça! Que porra louca! Tentaram me linchar! Ofendi todo mundo! Pô, Ana Julia é uma música boa sim! É um pop bem feito! Se não fosse, o "Seu Jorge" Harrison não teria gravado, né? Se ele não entende de música, quem entende? Me disseram depois que o tal Campelo se retirou do palco chorando, magoado, e o outro irmão mais novo dele, o nervosinho que imita o Paul McCartney, pulou do palco pra me bicar também. Do bem? Do bem é o cacete...

Aí, sinceramente, ainda prefiro o show do Camisa de Vênus...

Adolar Gangorra tem 65 anos, é editor do site humorístico www.adolargangorra.com.br e é filho único.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Orkut Fanfarrão

O Orkut tem seus momentos engraçados. No dia primeiro de abril, por exemplo, estava escrito Yogurt lá no canto superior esquerdo. Tinha uma sorte do dia que era bonitinha até: "In God we trust, all the others have to pay in cash" (algo como "Deus é Fiel, os outros têm que pagar em dinheiro")

Mas esses dias surgiu uma que achei ofensiva: Nós somos o que pensamos (só não pense que você é um super-herói e não tente voar)

Que besta... Isso é como aquelas piadas dos Looney Tunes que eram engraçadas quando tínhamos 6 anos, mas hoje são só movimentos bestas.

Eu não tenho nada contra piadas infantis, eu só acho que elas deveriam ser usadas para tal público, mas acontece que quem sabe ler e usa o orkut não tem mais 6 anos de idade, onde está o bom senso? É claro que é só a sorte do dia, mas as piadas ruins começam desde pequenas. Orkut é uma boa fonte de informação (e de pirataria de discos), mas me decepciona cada dia mais.

Post dedicado ao meu amigo Ciro que deu a sugestão.

P.S.: Post escrito às 3h08min da manhã, qualquer erro ortográfico e/ou gramatical será verificado quando eu tiver saco.

domingo, 9 de agosto de 2009

Twitter 3 - O Confronto Final

Mais um post rápido.

Quem acompanhou a discussão que tive com minha amiga twitteira Giulia (aqui e aqui) e tiver curiosidade sobre o assunto leia o texto do Walcyr Carrasco na Veja São Paulo dessa semana. Ele trata do assunto objetivamente, sem ofender esse que vos fala e cita os pontos positivos do serviço.

O texto não mudou minha opinião, mas teve muito mais fundamentos do que a crítica da Giulia que visava mais me atacar do que defender a opinião dela.

Ninguém para esse chororô!

Esse é um post curto, só pra chamar a atenção dos gambás e da porcada.

O meu tricolor abriu recentemente uma loja na rua mais classe AA de São Paulo, a Oscar Freire. O Corinthians (ou Curítia para os íntimos) vai abrir uma loja num dos shoppings mais "povão" da cidade, o Butantã. O Palmeiras tem um buraco que chamam de loja lá perto do Parque Antártica.

Pronto, terminem a equação.

sábado, 8 de agosto de 2009

Oinc! Oinc!


A gripe suína desde que apareceu, matou muitas pessoas, não é? Pois é, a TV Globo faz com que nós pensemos assim, mas se nós formos pensar, morrem mais motoqueiros por dia em São Paulo do que pessoas de gripe suína no Brasil em uma semana inteira.

Agora, por que as escolas tiveram de suspender as aulas? O contágio vai acontecer de qualquer jeito em algumas pessoas, não é? Então por que tirar as nossas aulas de agora pra colocar pra depois?

Não tem nenhum sentido.

E o pior, já que estamos de férias, por que eles mandam lições para que a gente faça e entregue no primeiro dia de aulas? Não parece meio injusto isso tudo?

No meu caso, por exemplo, as aulas começam dia 17, e como foram duas semanas que foram suspensas, agora nós teremos 5 sábados letivos para “tirar o atraso”. Eu me pergunto, “Que merda é essa?”.

Ah, gripe suína nem é uma ameaça assim tão grande para a saúde – tem a mesma taxa de mortalidade da gripe comum. As nossas aulas nunca foram adiadas por causa da gripezinha comum.

E além de nos fudermos agora, por termos lição durante as férias estendidas, teremos aulas de sábado. YUPI!

Tinha que ser coisa de argentino e mexicano.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Reflexão Ideológica do Dia

Essa vai pra galera simpatizante das idéias (com acento) vermelhas: O Comunismo tinha mais falhas do que a barba do Che Guevara.

Tá, eu sei que não tem nada a ver, mas eu tava sem idéia (com acento) e quis encher lingüiça (com trema).